Estava cansado e triste
Querendo dar adeus
Mas uma gurizada doida de medonha
Consolou o eu e meus outros eus
Disseram pr’eu ser gauche na vida
E lá me fui comprar doces na venda
Pr’o menino doente que vive na minha rua
Foram balas, pirulitos, bombons
Queria mesmo era passear de mãos dadas pela lua
Com a Maria bonita do laço de fita
Mas mesmo não sendo princesa
Ela casou-se com um príncipe encantado
Fiquei desolado
Me fui pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Do José também
Lá me apaixonei por uma guria
Não era uma linda prostituta
Mas gostava de me namorar
Ela se chamava Poesia
E eu lá era homem de duvidar?
De tantas belezas que ela podia me dar
Me deu uma flor amarela
Para eu sempre lembrar que a vida é bela
Nos contornos de amigos numa aquarela
E que um dia enfim
Descolorirá...