O que é o amor senão uma flor!
Quando semente, se embebeda da chuva, inocente,
Até que raízes nasçam e se embrenhem na terra.
Sopra o vento que sem intento berra;
Germina uma haste da areia fina,
Quer respirar, viver, sentir...
Logo o broto ao sol harmoniza num ir e vir;
A luz banha a planta que no calor se acanha,
Encabulada ela, a face se colore tal qual rosa amarela
Desabrocha titânica e convencida da rica vida;
A flor em seu furor encanto é o canto e o pranto,
Tão bela, tão formosa, tão intensa,
Que ninguém jamais pensa
No lamento do vento e no tormento da chuva;
Como o tempo, a mão e a luva,
Eles vêm e passam e levam consigo
A alma tão calma da flor, agora, em perigo.
Ela murcha, morre, desaparece consumida.
Isso é o amor, a flor e a ferida da vida!