domingo, 22 de novembro de 2009

Cai na Real...

Vamos deixar de pajelança
Na vida um é rei enquanto o outro dança

Essa história de que todos somos................. somos?
Iguais perante a lei................................. de quem?!
Basta olhar meus cromossomos................... de quem é igual?
Não há semelhantes
Minha arma é minha voz e......................... qual de nós?
Já sofreu o preconceito antes

Cante, defenda a diferença
O bom dessa ideia
É que a pluraridade é uma bença

Entenda a norma
Culta, sagrada, social-legislativa
Desvirtue a regra de forma positiva
Faça do uso
O lugar do desabuso
Por isso não recuso
Essa nova língua minha
Somos brasileiros do povo
E pensamos agora no novo
Não como erro, e sim como linha
É a ciência que promovo
De tolerância e de paz, chega de rinha!

Cante, defenda a diferença
O bom dessa ideia
É que a pluraridade é uma bença

Não me intitule de vulgar
Porque gigoleio a palavra pra cantar nesse lugar
Pra mim, fazer rima é respirar o ar
Poético que ensina
A vida é uma escola
E essa é minha mina
De ouro à moda de camões
Linda menina não te melindra
Vem por cima
Cisma
Veja do meu prisma
A diferença é bela, absoluta
E a variante é minha luta!

Cante, defenda a diferença
O bom dessa ideia
É que a pluraridade é uma bença

Soltando o Verbo

O problema da juventude é a memória
A gurizada quer fazer hip hop
Mas não lê, não sabe história
Querem shopping, cigarro, carro, chope

É uma questão de alienação
Seja na tevê, seja no computador
Essa falta de educação
Ainda vai matar o amor

Em 64 vivemos uma ditadura
Sob ferro e fogo fomos calados
Músicos, poetas, pensadores exilados
Veio o AI-5, rolou até tortura

Aí vem um figura
E me diz que isso é velharia
Mal sabe ele onde estaria
Se o jovem do passado não fosse politizado
Pra lutar contra toda opressão
Do governo militarizado
Que calava o povo e o deixava sem opção

Em 88 veio a abertura
Chegaram as diretas já na gritaria
Era a redenção ou apenas parecia?
A escola e o professor foram alijados
Chegou a liberdade de expressão
E que dela fazer? Jovens obnubilados
Adolescentes sem ação

O que fazer agora?
Vamos lutar contra essa morosidade
Já tá na hora
De crescermos na mente e não só na idade

E se cê não gosta do meu tom
Começa a se ligar
Minha palavra é o meu som
E ela vai atormentar

Eu não me entrego
Minha luta eu não nego
Eu pego e mostro os fatos
Nós somos homens ou somos ratos?

sábado, 21 de novembro de 2009

Agora Chega! (hip hop)

Brô, tô cansado dessa vida
São manos sequelados
Por todos os lados
É fogo, é roubo, é bala perdida
Não curto esse jogo,
Pois logo
Uma morte é certa
Sempre há
Quem o gatilho aperta
Rogo, não nego
Pela alma do coitado
Por um boné foi matado
No estouro de um prego!

Morta é a condição do sujeito,
Predicado simplificado
Nesse mundo sem respeito
Por um piá de menor
O ato foi feito
E o que é pior
Ele nem tá em cana
Vive na janela
Da risada e me abana

Brô, tô bolado co'a justiça
No latim, a rima é laetitia
Mas quando mano se atiça
Dois estouros, peito de touro, chumbo no couro
Junta-pés de gentil
É a segurança na ponta do fuzil
Advogado
Porta de cadeia
X9
Que resolve a peleia
Ei, habeas corpus
Malandro tá na rua
Protegido pelos porcos

Brô, isso é descaso,
Caso sem acaso
Sem data, sem prazo
Injustiça na cabeça
Então não se esqueça
Se liga, abre o olho
Ou cê vai levá pipoco
Do berro nos cocos
Todos homens ocos
Sem esperanças
Não somos mais crianças!

Brô, vê se entende agora essa
No mundo ao qual pertenço
A morte não tem pressa
Minha fala
Pode ter bom-senso
No crime
Garoto é homem tenso
Que rouba, que mata,
Que pira intenso

Brô, não se cala
Mostra sua rima
Expressa sua fala,
O verso inteligente
Vem de dentro da gente
É uma fome, uma voz
É uma vibe dentro de nós
E ela não para
Ela grita, enfeitiça
Chega de injustiça!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

É Preciso Estudar (hip hop)

Pô, não me vem com essa
De que no hip hop malandro é que rapeiro,
Na rima pobre, cê não é o primeiro
O estudo é que atesta. Mano, vê se não estressa

A aula tá rolando, cê tá rebolando
O ano tá passando, cê ainda tá rodando!?!

Acorda pra vida
Eu sô prof e meu rap é maneiro
Minha rica rima é despida
Da banalidade tosca
Que mané vive dia inteiro
Na frente da tevê
Atolado feito mosca
Esperando pra sabê
O fim da novela
Se quem morre é ele ou ela
Mas quem morre é você!

A aula tá rolando, cê tá rebolando
O ano tá passando, cê ainda tá rodando!?!

Tira da cadeira essa bunda
Estuda pra sê gente
Tira da cabeça a voz imunda
Que não faz de você alguém decente

Vamos, siga em frente
Eu sei que é difícil
Estudá pra tê ofício
De magnata rico e inteligente

Mas nada é impossível quando se qué
A vida passa e é apenas uma só
No estudo, a rima no coco chega a dá nó
Faz o que é certo ou, então, cê vai continuá mané!

Eu Faço Rima (Hip Hop)

Eu faço rima
Porque gosto de cantar
Na vida eu sempre tô por cima
Esse é o meu lugar

A tristeza bate quando vejo um mano
Jogado pelos cantos, insano,
A se drogar

Pesadas lágrimas, salgadas, como o mar
Esse é o meu pranto, meu canto
Sincero ao rimar

Eu amo a vida
E a ela quero celebrar
Seja esperto, não caia nessa estrada
Porque o caminho é só de ida...
Ame a si mesmo, deixa de roubada
Drogas, tô fora! Mano, volta para o lar!

Eu faço rima, se atina
E tô aqui pra te falar
Seja esperto, a droga é cretina
E ela pode te matar!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Enquanto

As altas horas têm o poder
De manifestar minha tristeza
O sono perturbado acorda
E em monólogo discute a relação

Seria melhor fugir
Ou jogar pedrinhas no rio
O coração se emociona
A razão fala irracional e desmedida
E já não sei onde estou...

Seria melhor entre as estrelas
Lá estaria bem longe de mim
Meu sono voltaria a dormir vendo a lua
E os sonhos poderiam pela rua voltar do bar
E entrarem pela porta da frente de casa correndo
Felizes por estarem aqui tão perto...

Tão perto de si
Mesmo em mim
Assim...

Insone

A que horas vem o sono?
Cansado de esperar pelo atrasado
Fecho os olhos e esqueço de ficar acordado...

Perdas

Acordo no meio da noite
Nada além do silêncio
Sentimentos confusos falam atropelados
E ninguém para abraçar, para me socorrer

Procuro o respirar mais profundo,
Encaro o vazio do espelho na parede do quarto
Sofrimento, saudade, solidão
Sinônimos nas minhas perdas

Pego o violão e bato acordes agitados
Choro as letras das músicas
Aquela voz parece perdida eternamente

Ninguém mais trará a luz no café da manhã
E as lágrimas morrem num sorriso tímido
Caladas, pálidas, calmas, partidas...

domingo, 15 de novembro de 2009

Pleonasmos

Odeio o exagero de lhe dizer 1 milhão de vezes que a amo,
Parece que gratuitamente ganha tudo o que lhe dou.
E quanto mais a incluo dentro do meu coração,
Mais sou excluído para fora do seu...

Estou perdido por estar perdidamente apaixonado
Pela paixão que já posso ter perdido sem saber onde.
E quanto mais brigo para mantê-la sem brigas,
As brigas mais nos distanciam a longas distâncias...

Que fazer para refazer o amor?
Se o beijo do sorriso da tua boca ora é um enigma,
Ora é um incompreensível e ambíguo mistério...

Então, declaro com todas as palavras que posso dizer
Que desde que a vi com meu próprios olhos
Me apaixonei pelo pleonasmo da redundância desse amor...

Apaixonar-se

Eu tomei da fórmula
Quando distraído a vi
Sorrir sem aparentes razões

Eu tomei
Ao não perceber o quanto
Olhar são insolentes olhares

Eu
A percebi humilde e bela e cativante
Temer por lhe falar agora estou

Da fórmula tomei eu
Quando por um instante a percebi
Estar disposta a ser meu amor...

Versos Oblíquos

As ruas caminham sob meus pés
As janelas olham silenciosas
Os carros dirigem garotos homens
Os homens estudam a escola da vida

Os filhos ganham mães no primeiro abrir dos olhos
As avenidas correm sob meus olhos
Os alunos ensinam a aprender
As escolas aprendem a não ensinar

As músicas são vistas pelo meu coração
Os beijos são bebidas de paixões bêbadas
As estrelas apagam na hora de dormir

Os dias começam nas noites insones
As verdades nossas estão tão distantes da verdade
Os versos servem para o que mesmo?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Acordes

Ligo o rádio do meu carro
As ruas desertas apresentam ideias
Opções são sintonias sobre o amor
Sigo para a Cidade Baixa
É noite do prazer e
Eu quero é me apaixonar
Fazer sentidos
Tocar
Assaltar o coração perdido presente
Deixar rolar a madrugada na química
Mímica anímica de mãos bobas
São acordes de elegância
Piscadelas e declarações de amor eterno
Se a música não toca
Silêncio
Boca a boca sigo pela respiração da garota
Salivas sinceras satisfeitas
Se rosas caíssem cairia eu naquela maravilha de armadilha
Eu sempre soube que fui feito fogo
Para derreter no amor por horas
São sussurros soando sintonizados
Corpo a corpo sigo pela a estrada da menina
Desejos carnais em vendavais beijos
Eu me consumo
Meus pés seguem acelerando cantando deslizando por sobre o lençol
Amanhecido meus acordes acordam a cor do pecado
Ligo o carro do rádio emudecido
Silenciosos Sentidos
Sentimentos sentidos em sentido duplo
Olhar separação música momento fim

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sabor...

Noite quente
fria irreverente mente
sempre pra descontente gente
ente perto longe e que tente
mesmo ausente ser serpente presente
insolente vidente carente e que sente
muito pouco quase nada tudo em ti
si mais ou menos nos nós rentes imprudentes
de dentes salientes em boca sorridente em temente
amor mortal alcantilado lado a lado do dormente
céu escuro puro sabor de boite caliente...