Quantas estrelas há no céu?
Será que alguma delas chora,
Quando caem duas torres de papel?
Quem dera alguma fosse de babel...
Babilônia de vozes alarmadas
Baques surdos em meio a fumaças
Almas em concreto e ferro aprisionadas
Um crepúsculo sangue embebido no pó
Óleo de avião derramado em taças
De enferrujados olhares perdidos, impotentes...
Talvez a desgraça testasse o homem como Deus a Jó
Ou apenas dissesse: hoje vai ser diferente
2996 não foi o milhar da loteria,
Mas quem herdou um desses bilhetes
Não sorriu, não soltou foguetes...
Será que o diabo se ria?
Ou até ele ficou descrente?
Foi um Setembro de triste onze;
O céu ferido ecoou
E naquela noite nenhuma estrela ousou
Surgir de seu opaco bronze
Para sequer chorar no véu da noite...
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