quarta-feira, 27 de abril de 2011

Faz Tempo

Faz tempo que não escrevo...
Decidi pela vida e seu cortejo.
A escrita coitada,
Deixei abandonada por um momento.

O amor tocou a campainha do meu apartamento,
Presenteou-me não com rosas, mas com um trevo.
Felicidade, pois, eu desejo.

Faz tempo que não escrevo...
Não há enredo, pois meus medos se dissiparam.
O poeta sem drama é um arremedo quando trama,
Apenas uma ansiedade desponta...

Daí a página em branco me fala calada
O que será agora? Um poema em branco?
Realmente faz tempo...

Acho que até perdi o jeito!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Que é o Amor?

O que é o amor senão uma flor!
Quando semente, se embebeda da chuva, inocente,
Até que raízes nasçam e se embrenhem na terra.

Sopra o vento que sem intento berra;
Germina uma haste da areia fina,
Quer respirar, viver, sentir...

Logo o broto ao sol harmoniza num ir e vir;
A luz banha a planta que no calor se acanha,
Encabulada ela, a face se colore tal qual rosa amarela

Desabrocha titânica e convencida da rica vida;
A flor em seu furor encanto é o canto e o pranto,
Tão bela, tão formosa, tão intensa,

Que ninguém jamais pensa
No lamento do vento e no tormento da chuva;
Como o tempo, a mão e a luva,

Eles vêm e passam e levam consigo
A alma tão calma da flor, agora, em perigo.
Ela murcha, morre, desaparece consumida.

Isso é o amor, a flor e a ferida da vida!