quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Coisas da Natureza

Que venha a mim o mar

e remova, sim, a areia.

Num baque seco que a orla tateia,

espumas sem eco a flutuar


Um caranguejo, então, se esconde

enquanto vejo ondas bravas

se formarem onde

o ar em ciclone abraçava as

correntes num forte laçaço d’água fria.

De repente, do norte, ela se ergueu,

minha vista embaralha, não acreditava no que via,

era uma aquosa muralha que tocava o céu.


Veloz feito raio varreu

a praia de um jeito terrível,

e todo paraíso que um dia foi meu

sumiu liso, devastado, por uma fúria sem nível!


sábado, 3 de outubro de 2009

Amálgama

O sexo é o amálgama
De corpos que combinam fluidos
E trocam intimidades,
É a profusão caótica e selvagem
Que libera libido latente
Pelo suor mesclado ao orgásmico
Suspiro dos poros púrpuros
De constante atrito das energias que explodem
Em estrondos estridentes, gemidos ardentes,
Frutos de implosivos prazeres lascivos...
O sexo é vida e morte, devorar e plantar,
É verdade e entrega, mesmo de quem nega
O sabor do pecado amado pela
Penetração dos mistérios do corpo
E suavidade suada da alma...

Petulância

O amor é egoísta,
Quer tudo para si e nunca está contente
É tão petulante e exigente
Que além de desejar em demasia
Ainda impõe a vontade de ser amado...
Amar e ser amado... duas individualidades imperfeitas
E incompletas até em suas incompletudes...

Provérbio

Se quem ama o feio, bonito lhe parece;
O que lhe parece o bonito,
Quando ama?

Amor Coca-Cola

Amor Coca-Cola é cheio de pressão,
É tenso quando hermeticamente lacrado,
Quando se abre para o mundo logo borbulha,
Chia e quase estoura, quando não estoura o coração,
Transborda, espuma, faz frisantes sorrisos faceiros.
Depois se acalma, deixa o gás escapar, sair para o ar,
Esquenta e esfria, fica sem graça, água oca,
Que desbota tal qual choca-coca